quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mesa de Honra

A mesa de honra em sessões solenes é aquela que, além de ocupar uma posição de destaque dentro do dispositivo idealizado para o evento, é integrada pelas autoridades de maior precedência que participam e presidem o mesmo.

Um dos aspectos mais importantes na composição de uma mesa de honra é aquele referente à precedência na ocupação dos lugares à mesma. A ordem de chamada dos componentes da mesa é sempre crescente. Isto significa que a autoridade que preside o evento será a última a ser anunciada.

Os esquemas abaixo apresentam exemplos de composição de mesas de honra.

Mesa com número ímpar de lugares

n       4        2        1       3       5       n'



 Legenda: 
1 – Presidente do ato ou maior autoridade
2 – Segunda maior autoridade
3 – Anfitrião (quando não for o presidente) 
4 – Terceira autoridade na precedência
5 – Quarta autoridade
6 – etc...

sábado, 25 de abril de 2009

Mestre de Cerimônias

Por Gilda Fleury Meirelles

A figura do Mestre de Cerimônias se confunde com a história do cerimonial.

Rituais, cerimônias faziam parte da rotina do homem primitivo. Temor ao desconhecido, necessidade de acreditar em algo, solidão, disputa pelo poder, tudo se transformava em cerimônias de adoração, de oferta.

Nobres à frente, súditos atrás, assessores ao lado, o anunciador dessas solenidades estava sempre em destaque. Era o início da figura do Mestre de Cerimônias.

Encontramos sua presença entre os gregos, três mil anos a.C., anunciando as fases das reuniões que aconteciam nos anfiteatros. Mil anos a.C., a China e o Japão utilizavam o Mestre de Cerimônias, para a narração dos torneios de arco e flecha. Já nessa época, ele utilizava a força e ritmo da voz para destacar as equipes mais importantes, calcado num conceito de poder e nobreza.

Na Roma antiga, ele surge na figura do chefe dos trombeteiros que, sobre seu cavalo, após o toque das trombetas, anunciava a passagem do Imperador ou as medidas reais como aumento de taxas, maior submissão, proibições e sanções.

Em nossa era, ele aparece na figura do arauto. Vestido de acordo com os costumes da época, anunciava a entrada dos convidados em festas da nobreza batendo três vezes um bastão sobre um batente, produzindo um som alto e seco.

Assim, foi se firmando a figura do Mestre de Cerimônias. Sempre em posição de destaque, iniciando e conduzindo as fases de uma solenidade, hoje diríamos que é uma das pessoas mais importantes para a implantação de um evento, pois a partir de sua presença "as coisas começam a acontecer".

Em hipótese nenhuma estamos desprezando os outros integrantes da organização de um evento - o coordenador do cerimonial, as recepcionistas, os operadores de equipamentos específicos, tradutores, manobristas, pessoal de serviços gerais. Cada um tem sua função específica na organização do evento.

Por isso, o Mestre de Cerimônias não deve ser confundido com o Chefe do Cerimonial . E isso é o que vemos sempre, resultando num acúmulo de funções para este último e comprometendo o sucesso do empreendimento.

O Chefe do Cerimonial ou Coordenador de Eventos é responsável pelo planejamento, coordenação e organização do evento, em todas as suas fases, além do protocolo de implantação com as precedências e tratamentos de acordo com a legislação específica, planejando o roteiro da solenidade.

Neste momento, entra o Mestre de Cerimônias que, a partir desse roteiro, produzirá o script final, anunciando as fases do evento.

É impossível para o Chefe do Cerimonial ser o Mestre de Cerimônias, pois o primeiro tem tantos detalhes para verificar que necessitaria, volta e meia, sair da tribuna para resolver os percalços que acontecem durante um evento. Esse corre-corre resultaria em uma ansiedade natural, comprometendo a fase mais bela do evento: a sua implantação.

Quem deve ser o Mestre de Cerimônias? Quais características precisa ter?

Precisa de conhecimento, treinamento e aperfeiçoamento de sua função; necessita saber o que faz, como sair de imprevistos, como se dirigir e conquistar a platéia, sem aparecer. Sim, sem aparecer, porque mesmo conduzindo o acontecimento, existem os anfitriões, os convidados especiais, os conferencistas e a platéia. São esses os donos do evento.

Vaidade, prepotência e arrogância não fazem parte da função do Mestre de Cerimônias. Também humildade excessiva, timidez, medo do público e pânico não combinam com ele.

Diz o estudo da oratória que para o bom orador "não adianta apenas falar com elegância, é preciso persuadir e convencer". E conta ainda que, "a diferença entre os dois maiores oradores que o mundo conheceu, Demóstenes e Cícero (Roma, ano 106 a.C.); quando Cícero discursava o povo exclamava: 'Que maravilha', e quando Demóstenes falava, o povo seguia em marcha.

É isso que o bom Mestre de Cerimônias precisa ter: determinação e entusiasmo, que convençam a platéia que está apresentando aquilo que corresponde às suas expectativas, complementados por clareza e objetividade, utilizando acima de tudo, aquilo que temos de mais forte: o dom da palavra.



Pronomes de Tratamento

Dica importante!

Existem duas possibilidades de tratamento a autoridades:  

VOSSA - quando nos dirigimos à Autoridade, como na frase "Vossa Excelência viajará amanhã?" 

SUA - quando nos referimos à Autoridade, como na frase "Sua Santidade avisa que concederá audiências." 

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Utilize VOSSA EXCELÊNCIA (V.Exª) para: 

Presidente da República 
Vice-Presidente da República 
Ministros de Estado 
Chefe do Estado Maior das Forças Armadas 
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República 
Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República 
Consultor Geral da República 
Chefe do Serviço Nacional de Informações 
Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas dos Estados 
Governadores de Estado e Vice-Governadores 
Prefeitos Municipais 
Secretários de Estado 
Senadores 
Deputados 
Juízes do Trabalho, Juízes de Direito e Juízes Eleitorais 
Procurador Geral da República 
Embaixadores e Cônsules 
Generais e Marechais 
VOCATIVO: Excelentíssimo Senhor (Exmº.Sr) e Meritíssimo (MM) para juízes 

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Utilize VOSSA SENHORIA (V.Sª) para: 

Funcionários graduados 
Organizações comerciais e industriais 
Particulares em geral 
VOCATIVO: Ilustríssimo Senhor (Ilmº.Sr.) 

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Utilize VOSSA EMINÊNCIA (V.Emª) para: 

Cardeais 
VOCATIVO: Eminentíssimo Senhor (Emmº.Sr.) 

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Utilize VOSSA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA (V.Exª.Revmª) para: 

Arcebispos e Bispos 
VOCATIVO: Excelentíssimo Senhor (Exmº.Sr.) 

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Utilize VOSSA SANTIDADE (V.S.) para: 

Papa 
VOCATIVO: Santíssimo Padre ou Beatíssimo Padre 

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Utilize REVERENDO (Revdº.) para: 

Sacerdotes 
Clérigos 
Religiosos 
VOCATIVO: Reverendo 

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Utilize VOSSA MAGNIFICÊNCIA para: 

Reitores de Universidades 
VOCATIVO: Magnífico Reitor 



quinta-feira, 23 de abril de 2009

Como proceder com o Hino Nacional?

As Armas, a Bandeira, o Hino e o Selo, são nossos símbolos nacionais, representam nossa pátria e o espírito cívico do povo brasileiro, assim sendo devem receber todo o respeito que a legislação exige.

Não existe precedência entre os símbolos nacionais, tampouco qualquer nível de hierarquia. 

Uma prática errônea muito comum é voltar-se para a Bandeira Nacional, toda vez que o Hino é executado. Essa disposição reflete que a Bandeira Nacional é mais importante que o Hino, causando escala de precedência. Vale lembrar que não existe qualquer respaldo legal sobre este dispositivo, ou seja, é um vício de postura que se popularizou.

O Decreto nº. 70.274, de 9 de março de 1972, que aprova as normas do cerimonial público, em muitas situações remete e orienta os procedimentos a serem adotados em solenidades civis, ao cerimonial militar; doutrinando assim que em solenidades, procedimentos prescritos para militares podem ser adotados por civis. Nem caberia para uma mesma solenidade prescrever procedimentos diversos para civis e militares. Se a legislação militar manda voltar-se para a direção de onde vem a música ao fazer continência ao Hino Nacional, o civil por sua vez não pode voltar-se para a Bandeira e vice-versa e, se em ambiente fechado quando for tocado o Hino Nacional o militar volta-se para o principal local da cerimônia, diverso não pode ser o procedimento do civil.

Senão, imaginem a cena, com militares voltados para um lado e civis para outro!

Conforme Fredolino Antônio David em seu artigo O Espaço do Hino Nacional nas Solenidades, "constitui-se violação de culto ao Hino Nacional, virar-se na direção da Bandeira Nacional durante a execução do Hino Nacional”, exceto nos casos previstos na lei em que a Bandeira Nacional é o símbolo cultuado.
  
Como a Bandeira Nacional é um símbolo comum a todos, para o público em geral, fica a impressão que seja mais importante do que outros. Impressão errada!

Importante lembrar que Hinos Nacionais Estrangeiros devem preceder o Hino Nacional Brasileiro, além disso saliento que durante a execução do Hino Nacional não é permitida a saudação com palmas, mas não são proibidas as palmas após a execução.
 
Quando está composta uma mesa com autoridades, no caso da execução do Hino Nacional, os componentes da mesa apenas se levantam tomando atitude de respeito, mas de forma alguma devem se voltar para a Bandeira Nacional, alias ninguém na solenidade deve. Além disso os componentes da mesa não podem dar as costas ao público. Tal atitude é um desrespeito das autoridades para com um dos elementos essências da nação que é o povo.

Fredolino Antônio David destaca algumas regras importantes:

- Quando o Hino Nacional for executado em continência à Bandeira Nacional (caso do hasteamento) todos se voltam na direção da Bandeira Nacional;

- Quando o Hino Nacional for executado em continência ao Presidente da República, todos se voltam na direção do Presidente;

- Quando for executado em continência ao Congresso Nacional incorporado ou ao Supremo Tribunal Federal incorporado, todos se voltam para os Presidentes dos respectivos poderes;

- Quando o Hino Nacional, precedido por Hino Nacional Estrangeiro, for executado em continência a um Chefe de Estado Estrangeiro ou um Embaixador Estrangeiro, todos se voltam para a autoridade estrangeira;

- Quando o Hino Nacional for executado em cerimônia realizada em ambiente aberto ou assim considerado, sem o hasteamento da Bandeira Nacional, todos se voltam para a direção de onde vem a música;

- Quando o Hino Nacional for executado em cerimônia realizada em ambiente fechado todos se voltam para o principal ponto da cerimônia. Ninguém se volta para dispositivos de bandeiras, banda de música, coral ou cantor;

- Em hipótese nenhuma os componentes do local de destaque (ex: mesa de honra) dão as costas ao público durante a execução do Hino Nacional;

- Nas cerimônias religiosas, em que for executado o Hino Nacional, todos permanecem em atitude de respeito, levantando-se os que estiverem sentados;

- O Hino Nacional será executado em honra a Bandeira Nacional, somente nas cerimônias em ambientes abertos ou assim considerados e mesmo assim só quando houver hasteamento ou arriamento;

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Bandeira Nacional

É muito comum vermos em funerais de pessoas famosas, a Bandeira Nacional posta abaixo de outras bandeiras, normalmente da bandeira estadual e até de clubes de futebol.

Como bem lembra Nelson Speers em seu artigo "A cidadania e os simbolos nacionais", devemos nos ater ao decreto n.º 43.807, de 27 de Maio de 1958 art. 3.2.14 inciso VIII que trata o tema da seguinte forma:

“Quando distendida sobre o ataúde, no enterramento de cidadão que tenha direito a esta homenagem, o lado em que se coloca a tralha deverá ficar ao lado da cabeceira do ataúde e a estrela isolada (Espiga) à direita. Por ocasião do sepultamento deverá ser retirada”.

Inclusive, neste mesmo artigo Nelson Speers narra uma situação onde um certo partido político cobre uma mesa com a Bandeira Nacional e a bandeira do tal partido. Onde o autor faz o seguinte questionamento, "Será que um partido que se propõe dirigir os destinos de uma nação, traçar o caminho de seu povo, não conhece as formas com que deve respeitar os símbolos nacionais? Pode esse partido conduzir o povo ao exercício da cidadania?"

Em breve vou postar a legislação sobre o uso correto dos símbolos nacionais, além de falar um pouco sobre costume errôneo de virar-se para a Bandeira Nacional toda vez que o Hino Nacional é executado.